Leônidas da Silva (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1913 — Cotia, 24 de janeiro
de 2004) foi um dos principais jogadores brasileiros de futebol e, talvez, a primeira grande estrela do futebol na era profissional
no Brasil. Tetracampeão pelo Botafogo, em 1935, 1° campeonato oficial, no regime profissional.
Era filho de "Dona" Maria e do "Sr." Manoel Nunes da Silva e na infância era torcedor do Fluminense,
encantado que foi com o grande time tricolor tricampeão carioca em 1917/1918/1919.
Conhecido como o "Diamante Negro" ou "Homem-Borracha", Leônidas da Silva começou sua carreira em 1930
no São Cristovão do Rio. Em 1932, com apenas 19 anos, chegou à Seleção Brasileira devido a sua habilidade com a bola nos pés.
Após fazer dois gols na sua estréia, vestindo a camisa amarela da Seleção Brasileira.
Foi jogar pelo Peñarol do Uruguai em 1933. Após um ano, contudo, voltou ao Brasil para jogar pelo Vasco
da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 1934.
A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália.
O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, e Leônidas marcou o único gol do Brasil na
competição. Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com oito gols, incluindo quatro marcados contra a Polônia. Isso fez dele
o primeiro jogador da história a marcar quatro gols em uma única partida de Copa do Mundo. O Brasil conseguiu a sua melhor
participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador
do mundial.
Nos clubes, ele também obteve êxito no Botafogo, Flamengo e Vasco, ganhou títulos e virou ídolo, principalmente
no Flamengo. Também combateu o preconceito, sendo um dos primeiros jogadores negros a jogar pelo então elitista time do Flamengo.
Em 1942 transferiu-se para São Paulo e atuou no São Paulo Futebol Clube. Foi cinco vezes Campeão Paulista,
tornado-se um dos maiores ídolos da história do São Paulo, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta
que ele executou.
Durante a década de 40, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942
e 1946 foram cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornar conhecidos
e reconhecidos mundialmente.
Depois de abandonar os gramados, em 1951, ainda continuou ligado ao esporte. Foi dirigente do São Paulo,
logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muito um comentarista direto, duro e polêmico. Chegou a ganhar
sete prêmios "Roquette Pinto". Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido a doença do Mal de Alzheimer.
Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até morrer, em 24 de janeiro de 2004, por
causa de complicações relacionadas à doença. A sua esposa e fiel companheira, Albertina Santos, foi quem cuidou dele até seus
últimos dias. Todos os dias ela visitava o marido e passava o tempo com ele, cuidando do ex-craque. O tratamento foi mantido
pelo São Paulo, último time que Leônidas defendeu como jogador. Foi enterrado no Cemitério da Paz, em São Paulo.
Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do "Diamante Negro" jamais será esquecido, mesmo
o Brasil sendo considerado uma país que não dá atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida
vai ser transformada em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de
todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil, até o aparecimento
de Pelé, no final dos anos 50. Alguns consideram Leônidas melhor que Pelé, porém é algo que ficará incerto, visto que os jogos
ainda não eram televisionados na época em que Leônidas atuava como jogador.
Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a "bicicleta". Ele mesmo se autoproclamava o inventor
da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, outros por Silvio
Piola, e que Leônidas apenas a teria aperfeiçoado.
A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre "Bonsucesso"
e "Carioca", com vitória do Bonsucesso por 5 X 2. Já pelo Flamengo, realizou a jogada somente uma vez, em 1939 contra o Independiente,
da Argentina, que ficou muito famosa na época.
Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942, contra
o Palestra Itália, na derrota por 2 x 1. E a mais famosa de todas, em 13 de novembro de 1948, contra o Juventus, na goleada
por 8 X 0. A jogada ficou imortalizada pela mais famosa foto do jogador.
Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores.
O apelido de "Diamante Negro" foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris
Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de "Homem-Borracha", também dado pelo mesmo jornalista, foi
devido a sua elasticidade.
Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o, criando o chocolate "Diamante negro", vendido até hoje.
A empresa só pagou dois contos de réis à época, sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.
A derrota do Brasil na semifinal da Copa de 38, para a Itália, provocou controvérsias na época. Leônidas
não atuou devido a uma lesão, porém, o técnico da seleção na época, Adhemar Pimenta, foi injustamente acusado de ter menosprezado
a Itália, poupando Leônidas para a final. Na verdade, o matador não tinha condições de jogo, como ficou comprovado depois.
Ainda em consequência dessa derrota, o reserva de Leônidas, o jogador Niginho, declarou em 1958, que
Leônidas teria forjado sua contusão para não atuar, devido a um suposto pagamento do ditador italiano, o fascista Benito Mussolini.
Leônidas acabou processando-o por calúnia, e venceu nos tribunais.
Em 1942, em sua chegada a São Paulo, o atleta foi recebido por aproximadamente 10 mil pessoas na estação
de trem da Luz.
Clubes em que atuou:
São Cristóvão
Sírio Libanês
Bonsucesso
Peñarol (Uruguai)
Vasco da Gama
Botafogo-RJ
Flamengo
São Paulo
Títulos:
- Campeonato Carioca (1934) - Vasco da Gama
- Campeonato Carioca (1935) - Botafogo
- Campeonato Carioca (1939) - Flamengo
- Campeonato Paulista (1943, 45, 46, 48 e 49) - São Paulo
- Copa Rio Branco (1932) - Seleção Brasileira
- Copa Roca (1945) - Seleção Brasileira
- 3º lugar na Copa do Mundo (1938) - Seleção Brasileira